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sexta-feira, 29 de março de 2013

Amsterdam


BONDE, BARCO OU BICICLETA?

Claudia Liechavicius
Que Amsterdã é bastante ousada, liberal e erotizada não dá para negar. Quem comenta que está indo para lá sempre ouve alguma brincadeira relacionada à sexo ou drogas. Isso é inerente à cidade. Portanto, matar a curiosidade e dar uma circulada pelo Bairro da Luz Vermelha e pelos famosos cafés esfumaçados é parte do programa. No entanto, o grande barato da cidade são seus canais concêntricos repletos de barcos, as centenas de pontes, os museus, as ruelas abarrotadas de bicicletas e os bondes coloridos circulando pelos trilhos. Basta escolher o seu meio de transporte preferido para sair explorando a cidade que fica abaixo do nível do mar e é uma verdadeira obra de engenharia.
Uma das manias nacionais é a bicicleta. Nada mais perfeito para atravessar tantas pontes e canais. Essa foto foi tirada em uma esquina da Keizersgracht, no Canal das Sete Pontes.

HOLANDA NO MAPA

Embora a sede do governo da Holanda seja em Haia, sua capital é Amsterdã. Ela também é a maior cidade da Holanda, a mais visitada e a mais psicodélica. Tem personalidade forte, língua rude e uma população, digamos..., pouco gentil. Os holandeses se vangloriam por sua cultura liberal e muitas vezes polêmica. O país é pioneiro em estabelecer uma política tolerante com o uso das drogas "leves", tratar a prostituição como outra profissão qualquer, reconhecer legalmente o casamento homossexual, autorizar a realização de eutanásia e liberar o aborto. Muitos vizinhos torcem o nariz para esse comportamento tão de vanguarda.

Quem mora em Amsterdã vive cercado de água por todos os lados. A cidade está situada na junção dos rios Amstel e Ij em terrenos baixos protegidos por diques e é toda recortada por canais.



O centro de Amsterdã tem um formato interessante de ferradura. A maioria dos pontos turísticos está nessa região, nos bairros Oude Zidje e Nieuwe Zidje. O Bairro dos Museus, um pouco mais afastado e mais moderno, abriga os dois museus mais importantes da cidade: Van Gogh e Rijksmuseum.

E POR FALAR EM MUSEUS

São muitos museus em Amsterdã. Mais de 50. E, de todo tipo. Escolha os que têm o seu perfil para visitar.

Casa de Anne Frank. Essa brava menina foi uma das milhões de vítimas da perseguição aos judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Sua família morava na Alemanha de Hitler quando ele atormentou os judeus com sua política anti-semita. Para tentar sobreviver, eles se mudaram para a Holanda. Mas, os alemães invadiram o país e a família se manteve escondida no sótão do armazém de um sócio de seu pai por dois anos até serem denunciados e presos. Levados à um campo de concentração todos morreram pouco antes do fim da guerra, com exceção do pai que sobreviveu à Auschwwitz e morreu em 1980. Durante o tempo em que viveu na casa, Anne Frank escreveu um diário retratando seus pensamentos e a sensação de isolamento que assolava a família. Ela tinha o sonho de ser escritora. E, assim, aconteceu. Seu diário se transformou num livro publicado em diversas línguas. 

O museu é imperdível. Se der para escolher um só por falta de tempo, o Museu Anne Frank será uma escolha acertada. A fila de entrada é sempre enorme, mas é possível comprar o ingresso com antecedência e entrar com hora marcada sem padecer na fila. Um detalhe: o museu não pode ser fotografado. O endereço é Prinsengracht 263. Telefone 020- 5567100. http://www.annefrank.org/

A Casa de Anne Frank fica ao lado da Westerkerk. O som do sino da igreja era uma das poucas referências externas que a família tinha enquanto vivia em isolamento. E, é nessa igreja também que está o túmulo de Rembrandt.

Museu de Van Gogh. Fica num prédio moderno, da década de 70, baseado num projeto do arquiteto Gerrit Rietveld, do movimento De Stijl (movimento que produziu obras simples que se tornaram ícones da arte abstrata do século XX, como a Cadeira Vermelha e Azul, do próprio Gerrit Rietveld e Composição em Vermelho, Preto, Azul, Amarelo e Cinza, de Mondriaan e influenciaram a escola Bauhaus e o modernismo). 

O museu abriga grande acervo do artista que viveu tão pouco e deixou uma obra espetacular. São mais de 200 quadros e 500 desenhos de diversas fases do artista, além das cartas que ele escrevia ao seu irmão mais novo, Theo, negociante de obras de arte em Paris. Van Gogh nasceu em 1853, só começou a pintar aos 27 anos e se suicidou aos 37 anos. Uma grande perda. Endereço: Paulus Potterstraat 7. Ingresso: 14 euros.

Os pontos altos do museu são: Auto-Retrato (acima), Vaso com Girassóis, O Quarto em Arles e Trigal com Corvos.

Rijksmuseum. É um marco na cidade. O enorme museu foi inaugurado em 1885 e abriga um acervo de arte holandesa inigualável. Sua fachada é gótica, feita em tijolos decorados e azulejos coloridos. As peças mais importantes do museu são Ronda Noturna (de Rembrandt), Enchente no Dia de Santa Isabel (de artista desconhecido) e A Criada da Cozinha (de Vermeer). Endereço: Stadhouderskade 42.
Para conhecer o Rijksmuseum é preciso bastante tempo.

Stedelijk Museum. Foi criado para abrigar a coleção particular de obras de arte de Sophia de Bruyn que foi doada à cidade. Mais tarde, outras obras de Picasso, Matisse, Mondriaan e Monet passaram a fazer parte do acervo.

Casa de Rembrandt. Ele viveu parte de sua vida nessa casa, onde fazia suas obras e também lecionava. Sua mulher morreu e deixou um filho, Titus, na companhia do pai. Era no térreo que ele vivia com a família. O estúdio ficava no primeiro andar e as aulas eram dadas no sótão. A casa abriga um grande acervo de gravuras e desenhos do artista. Endereço: Jodenbreestraat 4.

Museu Judaico. É um complexo formado por 4 sinagogas construídas pelos judeus entre os séculos XVII e XVIII. Durante a Segunda Guerra elas foram esvaziadas voltando a funcionar em 1987 como museu. Elas são interligadas por passagens internas. Endereço: Jonas Daniel Meijerplein 2-4.


Museu da Maconha. Documenta a história da maconha desde as primeiras civilizações asiáticas que usavam a planta medicinalmente e no seu vestuário há mais de 8 mil anos. Também mostra como a fibra da maconha já foi usada para fabricar cordas para a indústria naval e como remédio para dor de ouvido. Além disso, é claro que não pode faltar o acervo das propriedades alucinógenas do produto. Fica na Oudezijds Achterburgwal 148.

Museu do Sexo. Não podia faltar essa pérola em Amsterdã. É um lugar surreal. Não dá para descrever.
Além do Museu do Sexo também tem o Museu Erótico. Isso é Amsterdã.

BAIRRO DA LUZ VERMELHA

Muitos curiosos transitam espantados ao longo do canal Singel espiando as mulheres quase nuas que se exibem para os clientes. Elas são de todo tipo: morenas, loiras, ruivas, altas, baixas, gordas, magras, jovens, maduras... E, não gostam de ser fotografadas. Elas se escondem.
As janelas com cortinas e luzes vermelhas costumam ficar abertas quando as moças estão disponíveis...

... e fechadas quando estão trabalhando.

Red Light District ou Bairro da Luz Vermelha existe desde o século XIII quando os marinheiros chegavam ao porto ávidos por companhia feminina. A prostituição ali cresceu e se instalou com tanta força que depois de várias tentativas frustradas de eliminar as moças do local, o ofício acabou sendo tolerado e por fim legalizado. 

Atualmente, a região é ponto turístico de Amsterdã. Muitos visitantes circulam pelo labirinto de ruelas cheias de sex shops, cafés, shows de sexo explícito, restaurantes e vitrines de prostitutas. O lugar até parece festivo de tanta gente. Eu diria que é uma experiência antropológica.


 


O Teatro Casa Rosso funciona non stop desde 11 horas da manhã até a madrugada com shows eróticos. O valor do ingresso é 30 euros sem bebidas e 45 com 4 drinks. As mulheres ganham um pirulito bem autêntico na entrada.http://www.casarosso.nl/
OS SMOKING COFFEESHOPS 

Definitivamente, esses não são aqueles inocentes cafés nos quais costumamos entrar durante uma viagem para descansar um pouco e recarregar as baterias para depois seguir caminhando. Longe disso. De inocentes não têm nada. Nem mesmo é permitida a entrada de menores. Os smoking coffeeshops são os famosos bares onde a maconha é vendida e fumada livremente. Uma bandeirinha verde na porta sinaliza que ali a erva está liberada para ser consumida com moderação. E não só maconha. O cardápio é enorme e também inclui haxixe e outras drogas, na forma de bolinhos e biscoitos. A quantidade de matéria-prima com que foi confeccionada a guloseima é sempre uma incógnita. Portanto, cuidado para não se empolgar e passar da medida.

Os smoking coffeeshops costumam ter som alto, iluminação colorida e fachada extravagante. O Bulldog (Leidseplein 13) 


e o Grasshoper (Oudebrugsteeg 16) são bastante conhecidos.







Como souvenier pirulitos e balas de maconha e haxixe são vendidos em algumas lojas de Amsterdã. 

Além desse tipo de coffee shops também têm os brown cafés, assim chamados por causa das paredes escuras de tanta nicotina. Argh! Ali as pessoas se reúnem para tomar cerveja, gim holandês (jenever) ou fazer uma simples refeição.

UMA CIDADE DE DUPLA PERSONALIDADE

Amsterdã é uma belíssima cidade planejada que convive em harmonia com um mundo marginal. É essa mistura do lado A com um sombrio lado B que a torna tão interessante aos olhos de quem passa. Foi sua história quem deu as tintas e pintou esse perfil inusitado. A cidade surgiu como uma aldeia de pescadores em 1200 e rapidamente cresceu como porto comercial importante. Era uma época onde havia muitos conflitos nos países vizinhos e ela logo desenvolveu um conceito de neutralidade e liberdade de expressão. 

O século XVII foi a chamada "Idade de Ouro de Amsterdã". Mais três grandes anéis de canais foram construídos com belas casas. E a cidade foi de vento em popa até o século XVIII quando Luis Napoleão, com um péssimo governo, travou seu progresso e industrialização. 

Durante a Primeira Guerra o país conseguiu se manter neutro. Tentou ter a mesma postura na Segunda Guerra, mas os alemães atacaram o país e o maltrataram. Depois disso, Amsterdã passou por vários problemas sociais e sua tradicional tolerância atraiu refugiados hippies e o tráfico de drogas. Nos anos 80 essas famílias foram retiradas da cidade e o crescimento voltou. Hoje Amsterdã é uma cidade relativamente tranquila que equilibra bem os lados A e B. 


PERCORRA A CIDADE SEM PRESSA



E para explorar o melhor da cidade, que são suas ruas, pontes, praças e casas charmosas ao longo do anel de canais, nada como alugar uma bicicleta e sair pedalando. Mas, se preferir escolha 

ir de bonde, de barco ou a pé. E vá com calma para conhecer seus tesouros.







Frontões e cornijas. Amsterdã é considerada uma cidade de arquitetura discreta. O charme de seus prédios está nos frontões (enfeites em cima da porta principal) e cornijas (molduras decorativas dos telhados). Como a cidade foi construída em terreno instável, as construções tinham que ser baixas para ter menos peso, feitas em arenito ou tijolos leves e a individualidade das casas ficava por conta da criatividade dos proprietários. 

Cada casa tem seu estilo próprio embora todas se pareçam. 

Pontes e canais. Os três principais canais da cidade são Prinsengracht (Canal da Princesa), Herengracht (Canal do Senhor) e Keizersgracht (Canal do Imperador). A terminação "gracht" se refere à canal. No total, a cidade é formada por 90 ilhotas, separadas por 100 quilômetros de canais que são conectados por 400 pontes. As casas ao longo do Canal da Princesa foram quase todas construídas na "Idade de Ouro de Amsterdã" e vale a pena prestar atenção à igreja Noorderkerk, ao mercado Noordermarkt, à Casa de Anne Frank (da qual já falei acima) e à Westkerk.

Passeios de barco também são uma boa alternativa para percorrer os canais, especialmente nos dias mais quentes.

Praças. As praças Dam, Leidsplein e Rembrandtplein não podem ser deixadas de lado. A Dam é a parte mais antiga da cidade. Foi onde os pescadores se fixaram inicialmente. Ali vale a pena conhecer o Palácio Real, o Monumento Nacional (erguido em memória aos heróis da Segunda Guerra), a loja de departamentos De Bijenkor e o shopping Magna Plaza (pela arquitetura, não pelas compras). A Leidsplein tem vida noturna animada em seus tantos bares, cafés e restaurantes. No inverno a praça ganha uma pista de patinação no gelo. A Rembrandtplein é outro ponto magnético de Amsterdã com bares e pubs. No centro da praça tem uma área perfeita para descansar das pedaladas ou caminhadas. 

TRAZENDO UMA LEMBRANÇA NA MALA 

Ao pensar na Holanda o que vem logo à cabeça são: moinhos de vento, casinhas coloridas, tamancos de madeiras, tulipas de todas as cores, queijo Gouda e bicicletas.

Os tamancos de madeira são vistos por todo lado. 



Os tamancos da foto acima foram clicados na Nieuwendijk Kalverstraat que começa na estação ferroviária central. A rua é cheia de lojinhas de roupas e souveniers.

Pertinho dali fica "The Nine Streets" que se estende desde Singel até Prinsengracht com lojas mais alternativas e brechós. 

Para fazer compras ao estilo Rodeo Drive é preciso ir a PC Hooftstraat, quase na região dos museus. 




Uma grande loja de departamentos (quase uma Harrod's) é a De Bijenkorf, na praça Dam.


Um shopping interessante é o Magna Plaza em estilo gótico, quase na praça Dam.

Nem precisa fazer compras no Magna Plaza, pois ele é tão bonito que basta apreciar sua arquitetura.

AS GULOSEIMAS HOLANDESAS
 

Para ser bem sincera, eu diria que a culinária local não tem nada de especial. Simplesmente, come-se bem.
Pelas ruas, duas guloseimas engorduradas chamam a atenção: croquetes de parede e cones de batata frita.
Os croquetes de parede são salgadinhos vendidos em lanchonetes e feitos em vários sabores. De curiosidade vale experimentar. Eles custam 1 euro. São baratos e bem grandes. Você coloca a moeda na máquina e abre a portinha referente ao sabor que tiver escolhido para pegar seu super croquete. Bem interessante.
O croquete de parede é um salgadinho tipicamente holandês. 

A comida da Holanda é pesada, como na maioria dos países muito frios. Cones de papel repletos de batata fritaquentinha precisam ser experimentados pelas ruas. Tem muitas calorias, mas em viagem vale passar da medida e esquecer desses detalhes um pouquinho.


A batata frita do quiosque Manneken Pis é crocante e deliciosa. Fica na região de Nieuwezijde. Difícil mesmo é escrever sem errar os nomes da ruas, bairros e museus. Eta língua complicada.

Além das batatas e dos croquetes vale a pena provar o arenque, comer muito queijo Gouda acompanhada por uma cerveja Heineken.
A Heineken oferece um tour para quem quiser conhecer a história da cervejaria que mostra o processo de fabricação das cervejas, com direito à degustação. Diariamente, das 11:00 as 19:00 hs, na Stadhouderskade 78.http://www.heinekenexperience.com/



RESTAURANTES

Num forte medieval do século XV, com iluminação feita por candelabros repletos de velas, o Restaurante-Café In de Waag conquista pelo clima romântico. Como ele fica praticamente a uma quadra do Bairro da Luz Vermelha, vale dar uma bisbilhotada na região e depois sentar para jantar. É bom fazer reserva, pois ele vive cheio. Fica na Nieuwmarkt, 4, telefone 422.7772. http://www.indewaag.nl/
Foto noturna do Restaurante In de Waag.



Outro restaurante interessante é o D'Vijff Vlieghen. Numa casa do século XVII, de ambiente requintado, enfeitada com gravuras de Rembrandt nas paredes, o restaurante serve comida holandesa. Fica na Spuistrat, 294, telefone 530. 4060 - www.thefiveflies.com
Little Buddha Amsterdam é irmão do Buddha Bar de Paris. Excelente cozinha asiática. Fica na Kleine Gartmanplantsoen, 17, o telefone é 530.7121, www.littlebuddhaamsterdam.com
INDICAÇÃO DE HOTEL

Intercontinental Amstel Amsterdam. Às margens do rio Amstel, o hotel que se tornou um ícone da cidade abriu suas portas em 1867. Foi o primeiro grande hotel de Amsterdã e se orgulha por ter recebido hóspedes ilustres, de nobres à artistas. Recentemente passou por uma grande obra e ficou fechado por dois anos para reforma. Os quartos são espaçosos, com decoração romântica e os banheiros cheios de mimo. O café da manhã é serviço num salão lindo, todo envidraçado, de frente para o rio. Fica um pouquinho distante do centro histórico - uns 15 minutos de caminhada. Gostei muito. Endereço: Professor Tulpplein 1. Telefone 31 20 6226060.http://www.amsterdam.intercontinental.com/

Hotel Intercontinental Amstel Amsterdam, um dos mais tradicionais da cidade.

Os quartos são muito aconchegantes e o serviço impecável. 

BATE-VOLTA

Pertinho de Amsterdã, em 20 minutos de trem chega-se aos moinhos de Zaanse Schans. A cidade de Delft se chega em uma hora.

O parque de tulipas Keukenhof (www.keukenhof.nl) fica a uma hora e meia de ônibus e só abre de meados de março a maio. É preciso consultar as datas em que estará aberto para acertar na mosca.

INFORMAÇÕES IMPORTANTES

Idioma: holandês, mas todo mundo fala inglês
Moeda: euro
Fuso horário: + 4 horas em relação a Brasília (mas, quando estamos com horário de verão a diferença de fuso é + 3 horas)
Gorjeta: de 10 a 15%, mas ninguém fica constrangido de não dar se o serviço for ruim.
I Amsterdam Card: é um cartão de 24 horas (38 euros), 48 horas (48 euros) ou 72 horas (58 euros) que dá direito a transporte público ilimitado, estacionamento, descontos de 25% em restaurantes, passeio de barco pelos canais e entrada em quase todos os museus (com exceção de Anne Frank House).

E você? Já foi à Amsterdã?

PRAGA - Visitando um BLOG de viagem encontrei essa postagem.


do blog: http://www.viajarpelomundo.com/2012/10/era-uma-vez-um-verao-em-praga.html 


ERA UMA VEZ UM VERÃO EM PRAGA

Por Claudia Liechavicius

Meus olhos mal podiam acreditar no que estavam vendo. Em pleno verão do leste europeu, um céu azul impecável e a cada passo um suspiro. Prédios belíssimos, esculturas espalhadas por todos os lados, pontes encantadoras conectando as duas margens do rio Moldavia, muita gente. E, Praga me conquistou na hora! Não pela gentileza do povo, longe disso. Mas, pela trajetória densa emoldurada por uma beleza arquitetônica ímpar. A capital da República Tcheca, chamada por muitos de Paris do Leste, é uma das cidades mais belas da Europa.

Ponte Most Legií, uma das 15 que cruzam o rio Moldavia, e à esquerda o Teatro Nacional.


Os famosos telhados de Praga.

MAPA DA REPÚBLICA TCHECA
A República Tcheca é vizinha da Polônia (norte), Eslováquia (leste), Áustria (sul) e Alemanha (oeste).

UM POVO FORTE E GUERREIRO

Os holofotes se voltaram para o novo país chamado de República Tcheca em 1993 quando houve a cisão da República Federal da Tchecoslováquia e nasceram dois países independentes: República da Eslováquia (com a capital Bratislava) e República Tcheca (com a capital Praga). Antes disso, o povo viveu anos amargos sob dominação nazista (1939 - 1945), depois experimentou "o pão que o diabo amassou" nas mãos de ferro dos russos e só se livrou desse calvário na década de 90.

Os tchecos sofreram, mas protestaram e não se aquietaram. Prova disso são alguns "gritos de liberdade" espalhados pelas ruas em forma de arte, como as crianças com rosto desfigurado e sem identidade, os homens que vão definhando e o mapa regado a "xixi".

Um povo sofrido, politizado e determinado.

Em forma de protesto, crianças crescendo sem rosto, o que representa a falta de identidade pela repressão comunista. 

Homenagem às pessoas que tiveram suas vidas destruídas pelo comunismo.

 Em frente ao Museu de Kafka dois homens fazem "xixi" no mapa da República Tcheca em protesto aos políticos corruptos.

UMA MULTIDÃO DE TURISTAS

Já deu para perceber como Praga é interessante e apaixonante. Passei quatro dias explorando a pé as ruas da cidade e escolhi o hotel Mandarin Oriental, por sua localização no bairro de Malá Strana. Foi perfeito. O hotel fica a 5 minutos de caminhada da Ponte Carlos, principal cartão-postal de Praga e pertinho do Castelo de Praga. Além disso, fica numa região que é central, mas ao mesmo tempo calma. Não tem muita confusão de turistas como do outro lado da ponte, em Staré Mesto, que vive abarrotada de gente.

O tranquilo bairro de Malá Strana.

Na Ponte Carlos o fluxo de transeuntes é enorme.


E na Praça da Cidade Velha, no bairro de Staré Mesto, a aglomeração é total.

A PONTE CARLOS

Esse mar de gente quer ver a Cidade das Cem Torres, linda, romântica, formada por uma mescla de estilos arquitetônicos das mais variadas épocas da história que fez questão de se esconder dos bombardeios das Guerras Mundiais para continuar a se exibir intacta aos olhos do mundo. É emocionante atravessar a Ponte Carlos, materializada no século XIV, nos dias de glória de Carlos IV, rei da Boemia, Morávia e do Sacro Império Romano. Nada menos do que 30 imagens barrocas de santos adornam os 16 arcos da ponte. É deslumbrante! Um verdadeiro museu a céu aberto.

A Ponte Carlos é uma das mais bonitas do mundo. Tem 516 metros de comprimento e 10 de largura. Na época em que foi construída passavam carruagens pela ponte. Hoje apenas os pedestres tem esse privilégio.

A Ponte Carlos, em tcheco Karlov Most, liga a Cidade Baixa (Malá Strana) à Cidade Velha (Staré Mesto). Em cada uma de suas extremidades tem uma torre. Elas podem ser visitadas e o visual lá de cima é encantador.

Vista de Malá Strana e do Castelo de Praga, a partir da Torre de Staré Mesto, na Ponte Carlos. 

Vista da Cidade Velha a partir da outra torre da Ponte Carlos, a Torre Malá Strana.

 São João Nepomuceno é o santo mais popular da Boêmia e o mais importante na ornamentação da ponte. Ele foi jogado vivo no rio exatamente no ponto onde fica sua imagem. Para atrair a sorte ou para retornar à cidade, as pessoas tocam no relevo do pedestal...


... onde tem um cachorrinho. 
Uma lenda para ser lembrada!

 Outra obra linda da Ponte Carlos é São João Baptista que foi quem batizou Jesus e o chamou de "Cordeiro de Deus"

A Ponte Carlos é um dos pontos mais visitados de Praga. Uma massa de turistas e moradores da cidade passa por ali diariamente. Ao longo do dia, o astral da ponte e suas cores mudam. É obrigatório circular  de manhã cedo em seu momento de maior sossego, ao meio-dia quando fica lotada de turistas, vendedores e artistas, e à noite quando ela ganha uma iluminação suave e mágica.

Ponte Carlos, no início da noite.

O rio Moldavia transbordou em 2002 e o país viveu a maior enchente da sua história. Algumas casas ainda tem as marcas de onde a água chegou - quase no telhado.

A PRAÇA DA CIDADE VELHA

Depois de atravessar a belíssima Ponte Carlos se chega ao coração da capital tcheca. A Cidade Velha. Esse é o bairro mais concorrido pelos turistas. Suas ruelas medievais são repletas de lojas, restaurantes e cafés. O comércio vende os famosos cristais da Boêmia, especialmente, na Rua Carlos, e todo tipo de matrioshkas - herança do passado comunista e da dominação russa. Mas, não se deixe distrair com as vitrines, pois a beleza da Praça da Cidade Velha vale muito mais do que isso. É ali que fica a antiga Prefeitura com a torre e o Relógio Astronômico, também é ali que está a estátua de Jan Hus (um pensador e reformador religioso que foi queimado vivo), o Palácio Goltz-Kinsky, a igreja Nossa Senhora de Tyn, a Casa do Unicórnio Dourado (por onde Mozart passou) e outras casas que iniciaram a ser edificadas no século X. Mil anos depois e a praça continua sendo o coração de Praga. Cheia de história e dona de uma beleza indescritível.

Praça da Cidade Velha. À esquerda o Palácio Goltz-Kinsky, ao lado a Igreja Tyn e no centro da praça, a estátua de Hus.

Casas charmosas e muito antigas enfeitam a praça.

Pontiagudas, duas torres góticas não tem como passar despercebidas na Praça da Cidade Velha. Elas são a parte mais antiga da Igreja Nossa Senhora de Tyn e sobressaem em meio aos telhados. A igreja foi construída no século XIV sobre uma igreja românica. Seus dois campanários, apesar de parecerem iguais, são diferentes e inclusive foram construídos em épocas distintas. Essa igreja foi por muito tempo o principal templo hussita (igreja protestante criada por Jan Hus). Mas, se avistar a igreja de longe é tarefa fácil, difícil é encontrar a porta de entrada. É que a igreja nasceu pequena e depois foi aumentando até encostar nos prédios vizinhos. Então, se vê a igreja e suas torres com dois prédios antigos à sua frente e não se vê a porta de entrada porque ela fica escondida por dentro de um desses prédios. Basta procurar e você vai conseguir entrar.

Ao fundo, a igreja de Nossa Senhora de Tyn, do século XIV, com suas torres em estilo gótico.

Se a igreja já é considerada fantástica, então espere até que o Relógio Astronômico marque uma hora cheia. É quando começa o espetáculo aguardado pela multidão que se aglomera para ver o Desfile dos 12 Apóstolos, que dura menos de dez segundos, mas encanta desde o século XV. O relógio foi feito pelo Mestre Mikulas de Kadan e foi colocado na parte inferior da Torre da Câmara Municipal. O encarregado pela instalação foi o Mestre Hanus de Ruze. Aqui outra lenda: dizem que mandaram cegar o relojoeiro que fez essa peça para que ele não fizesse outras iguais. Tomara que seja realmente só uma lenda.

A Torre da Câmara Municipal, à esquerda, onde fica o Relógio Astronômico. 
Subindo seus 200 degraus pode-se ter um visual lindo de Praga.

Próximo a praça vale a pena procurar o Portão de Pólvora - uma das 13 entradas da Cidade Velha - construído em 1200 para proteger os mercados feudais. E, também dê uma caminhada pela Praça Venceslau (que na verdade é uma grande avenida) onde eclodiu a Revolução de Veludo, a manifestação que derrubou o comunismo na região. 

Portão de Pólvora.
Foi nessa redondeza que morou Franz Kafka, o grande escritor tcheco. Ele nasceu em Praga, em 1883, em uma família judia pertencente à burguesia. Estudou Leis, trabalhou com seguros e nas horas vagas se dedicava à escrita - sua grande paixão. Foi o autor de algumas das obras mais célebres do século XX, entre as quais: A Metamorfose, O Processo e O Castelo. Em vida, quase não publicou nada e não teve seu trabalho reconhecido. Seu reconhecimento foi póstumo. Ele morreu em Viena, onde passou o final da vida.


Estátua em homenagem a Franz Kafka.

O BAIRRO JUDEU E AS SINAGOGAS

A história desse gueto remonta ao princípio do século X. Os judeus viviam ali aglomerados para se proteger das constantes agressões e massacres que sofriam. No século XVII, eram mais de 7 mil judeus e no século XVIII já eram 40 mil. Até que no reinado da imperatriz Maria Teresa de Habsburgo eles foram expulsos do gueto, mas logo veio o imperador José II e ajudou os judeus a se reestruturarem criando inclusive leis e combatendo o racismo contra eles. Então, o bairro passou a se chamar Josef em homenagem ao imperador. No entanto, as condições de vida ali eram muito precárias. Era como uma grande favela. Miséria total.

Com o passar dos anos foi tudo sendo destruído e sobraram apenas algumas sinagogas e o Velho Cemitério Judaico - o mais bem preservado da Europa. Hoje, esses locais viraram museus e as peças que sobreviveram à fúria de Hitler encontram-se ali. Por ironia do destino, o bairro que já foi paupérrimo é atualmente o mais nobre de Praga. A Avenida Paris é repleta de lojas de grifes, cafés, restaurantes elegantes, além da Orquestra Filarmônica de Praga. Vale a pena visitar Staronová, a Sinagoga Velha-Nova que continua em funcionamento, a Sinagoga Klaus que fica numa casa barroca, a Sinagoga Espanhola num prédio mouro belíssimo, e a Pinkas que tem os nomes de todos os judeus tchecos mortos no Holocausto e dá acesso ao Cemitério Judaico.

Sinagoga Klaus

Cemitério Judeu de Praga e sua incrível superposição de lápides.

 São 12 mil lápides amontoadas para 100 mil pessoas sepultadas. 
É um caos de pedra num local bem restrito.

O CASTELO DE PRAGA - PRAZSKY HRAD

Na verdade esse enorme complexo nem tem cara de castelo. Mais parece uma cidadela com seus palácios, museus, vielas, jardins, igrejas e até troca de guarda. 

Tudo começou no final do século IX quando o príncipe Borivoj fundou sobre a colina o primeiro castelo para abrigar os duques da Boemia. Diz a lenda - mais uma lenda de Praga (são muitas) - que uma princesa chamada Libuse profetizou que ali no topo daquela ladeira, às margens do rio Moldavia, nasceria uma próspera cidade. Parece que ela acertou! 

Castelo de Praga visto do rio Moldavia.

Depois de viver muita história, guerras, incêndios e abrigar famílias importantes, o Castelo continua sendo a sede política do país. O interessante é que ele é aberto à visitação, mesmo sendo a residência oficial do presidente da República Tcheca. A entrada é gratuita. Os visitantes podem circular por dois grandes pátios, pelos jardins, ver a troca da guarda, conhecer a fantástica Catedral de São Vito e a Basílica de São Jorge. Para quem quiser uma visita mais completa, pode-se pagar 250 coroas para ter acesso ao Monastério e a Basílica de São Jorge, algumas salas do Palácio Real e ao Beco do Ouro (rua com casinhas coloridas onde moravam trabalhadores e até Franz Kafla morou lá na casa número 22).

Porta dos Gigantes é o nome desta entrada do castelo em função da obra que se ergue imponente sobre as duas pilastras: Luta de Titãs, do escultor Ignác Platzer, feita em 1770. 

A troca da guarda num dos portões do Castelo.

Um dos pátios do Castelo de Praga.

Beco do Ouro.

Dentro do complexo o grande destaque fica por conta da Catedral de São Vito. Ela é a igreja mais importante da cidade e a mais pomposa. Sua construção iniciou em 1344 e só terminou no século XX por isso agrega uma mescla de estilo gótico com barroco e renascentista. Lá dentro estão as joias da coroa, que podem ser vistas pelos visitantes uma vez ao ano, além de túmulos e capelas de vários santos.

Catedral de São Vito.

Monumento a São João Nepomuceno, todo em prata.

Nos primórdios do Castelo, sua praça principal era a Praça de São Jorge. Em 920, o príncipe Vratislao I mandou fazer uma pequenina igreja destinada a guardar os restos da primeira mártir tcheca, princesa Ludmilla, sua mãe. Mas, com a construção do Mosteiro adjacente, ela teve que ser ampliada e se transformou numa Basílica. Bem ao seu lado fica a Capela de São João Nepomuceno.

Basílica de São Jorge e Capela de São João Nepomuceno, no Castelo de Praga.

Ao sair do Castelo de Praga, o visual é um presente dos deuses. Espetacular. Prédios antiguíssimos, telhados, torres, pontes e mais um convite à uma caminhada até a Ponte Carlos. Mas, é possível descer por dois caminhos e os dois são lindos. Sugiro visitar o Castelo duas vezes e descer cada dia por um deles. Dá para descer pela enorme escadaria principal e depois tomar o bonde, ou descer a pé por ruelas sinuosas cortadas por pequenas escadarias até alcançar o coração da cidade. Na dúvida escolha os dois!

Vista panorâmica da cidade ao sair do Castelo de Praga pela escadaria principal.

Vista panorâmica no final do dia ao sair do Castelo de Praga pela Porta dos Gigantes.

Para chegar ao Castelo de Praga tome o bonde 22 nas proximidades da igreja de São Nicolau, em Malá Strana e aproveite para visitar essa obra belíssima da arquitetura barroca.

Igreja de São Nicolau.
Por 75 coroas dá para subir ao mirante do topo da igreja  e apreciar a cidade

UMA CAMINHADA POR MALÁ STRANA

O bairro de Malá Strana também chamado de Cidade Baixa fica aos pés do Castelo de Praga. É onde fica o hotel Mandarin Oriental (onde fiquei hospedada), portanto tive a chance de caminhar bastante por ali. O bairro é tranquilo, mas repleto de bares, restaurantes, museus, igrejas e lojinhas. 

Pelas ruas do bairro de Malá Strana.

O muro de John Lennon - na Praça do Grão-Priorado - é um santuário em nome da paz. O muro é todo pichado com mensagens em prol do amor sendo que a pedra fundamental foi escrita pelas mãos do próprio Beatle.

Muro de John Lennon.

Também visite a Igreja Nossa Senhora Vitoriosa, o Museu de Kafka, o Museu da Música e o Museu Kampa. A charmosa Ilha de Kampa tem acesso pelo bairro de Malá Strana e é formada por um canal bem ao estilo Veneza. No verão, a ilha fica lotada de tchecos tomando um solzinho ou bebendo uma cerveja, bebida nacional. E por falar em cerveja experimente a Pilsner Urquell. 

Museu de Kafka, inaugurado em 2005. 

À esquerda a Ilha de Kampa, no bairro de Malá Strana. 

A casa branca é o Museu Kampa, de arte moderna, na Ilha Kampa.

ROUBADAS EM PRAGA: Observe a torre no parque da foto acima, em Malá Strana. É a Torre Petrin. O local é  considerado um dos mais interessantes para se ver a cidade do alto. Para chegar lá é preciso subir num funicular com filas enormes e o visual não é tão bom quanto das torres do centro da cidade ou das escadarias do Castelo de Praga. Não vale a pena subir. 

Torre Petrin.

E aproveitando que o tema é roubada vou logo dizendo a outra super roubada de Praga. A cidade tem uma enorme quantidade de empresas que oferecem passeios de Segway. Os passeios podem ser em grupos pequenos ou individualmente, de 1, 2 ou 3 horas. O preço vai de 39 a 80 euros. A grande roubada é que os tombos são muito frequentes, mas eles não falam sobre isso. Já estão preparados para cuidar dos estragos de quem cai. Ninguém quer atrapalhar a viagem com dores causadas por um tombo bobo. Então, melhor evitar. 

Passeio de Segway no Muro de John Lennon.

O LADO MODERNO DE PRAGA

Praga também tem um prédio ultramoderno. A Casa Dançante foi construída em 1994 e é um símbolo da Praga Moderna. Os arquitetos buscaram inspiração nos bailarinos Ginger Rogers e Fred Astaire, por isso seu apelido é "Ginger e Fred". Ele é a sede dos Escritórios Nacionais Holandeses.

Além desse prédio outras duas obras fazem parte do lado mais contemporâneo de Praga: a Torre de Zizkov e a Fonte Dançante. 

A torre foi construída em 1985 para transmitir sinal de rádio e TV para a cidade. Mas, ela é uma atração interessante pois seus 216 andares, feitos em aço, podem ser galgados com o auxílio de um elevador para se ter uma vista linda da cidade. Além disso, vários bonecos sem rosto engatinham sem identidade,  fixados na torre em forma de protesto ao comunismo.

A Fonte Dançante é um show de cores, luzes e águas que dançam embaladas por uma música.

No mais, é o antigo que impera de forma memorável.

A Casa Dançante, obra dos arquitetos Frank Gehry e Milunic.

INDICAÇÃO DE HOTEL

MANDARIN ORIENTAL. O ponto forte do hotel é sua localização. Ele fica numa área bem central, do lado oeste do rio Moldava, no bairro de Malá Strana, mas sem grande confusão de turistas ao redor. É desse lado da cidade que está o Castelo de Praga. O hotel fica a menos de 5 minutos de caminhada, da Ponte Carlos. É muito charmoso, aconchegante e os quartos são amplos (apesar de não terem uma super decoração). O ambiente é moderno, mas nada demais. Banheiro muito bom (melhor do que o quarto). Bom café da manhã. Endereço: Nebovidskä 459/1. Telefone: +420 233 088 668 - www.mandarinoriental.com

Outro bom hotel 5 estrelas da cidade é o Four Seasons.
RESTAURANTES

LA DEGUSTACION BOHÊME BORGEOISE. Excelente restaurante estrelado pelo Guia Michelin. O ambiente é bem informal, nada de frescura, serviço impecável e cozinha tcheca contemporânea. Tem duas opções de menu: 5 pratos ou 11. Escolhi o de 5 e achei mais do que suficiente. Endereço: Hastalska 18. Reservas pelo telefone: +420 222 311 235 - www.ladegustacion.cz

La Degustacion Bohême Borgeoise.

KOLKOVA OLYMPIA. Restaurante de comida tcheca cheio de gente da terra e com poucos turistas. O forte da casa são as carnes de porco e pato sempre acompanhados de dumplings de pão. Para se sentir como um tcheco não deixe de provar a cerveja Pilsner Urquell, mas se preferir uma cerveja sem alcool eles também têm. O endereço é Vitezná 7, telefone + 420 251 511 080, www.kolkovna.cz (na verdade o restaurante têm outras 6 casas espalhadas pela cidade).

U MODRÉ KACHNICKY. Restaurante tradicional da cidade, cuja especialidade é o pato. Fantástico! Tem vários ambientes com poucas mesas, as salas são decoradas com móveis antigos super charmosos. Michalská, 16, telefone + 420 224 213 418, www.umodrekachnicky.cz

Uma das salas do restaurante U Modré Kachnicky.

OUTROS BONS RESTAURANTES: Bellevue, Mlynec, Garden Zofin, V Zatisi.

BUDDHA-BAR. Restaurante de comida oriental que costuma ser interessante em Paris, Dubai e outros lugares, mas o de Praga não me agradou nem um pouco. Portanto, não indico apesar de ter decoração bem transada e ter bastante nome mundo afora. www.buddha-bar.cz

Não recomendo o Buddha-Bar.

INFORMAÇÕES IMPORTANTES

IDIOMA: Tcheco, uma língua para lá de difícil. Para facilitar a comunicação as pessoas mais jovens falam inglês, mas os mais velhos não fazem muita questão de ser gentis. E para ler os nomes de ruas e placas com aqueles acentos circunflexos invertidos? Bem complicado. Poucos locais oferecem mapas em inglês.

O idioma local é bem difícil e a população não se esforça muito, mas para ajudar um pouco há guias vendidos nas bancas em vários idiomas. Comprei um em português!
MOEDA: Coroa Tcheca (CZK) 1 CZK = 0,10 real

QUANDO IR: fui no final do verão - que vai de julho a agosto - e adorei. A cidade estava animada, colorida, ensolarada e não muito quente. De dezembro à março é muito frio - inverno. Para quem curte esta época pode ser interessante com tudo branquinho coberto de neve. O astral certamente é bucólico. Os períodos de temperatura mais amenas vão de abril a junho (primavera) e de setembro a dezembro (outono).

FUSO HORÁRIO: 4 horas a mais do que o horário de Brasília (sem considerar o período de verão - nessa época a difrença passa a ser de 5 horas a mais).












Fiquei simplesmente encantada com Praga. A Ponte Carlos, a praça da Cidade Velha, o Castelo, o gueto dos judeus, ruelas charmosas, fachadas belíssimas, o passado denso, a multidão de turistas, o rio Moldavia... Tudo me conquistou. Sem contar com os dias ensolarados. A cidade merece a fama que tem!


Recomendo totalmente!!!

Ah! E se der tempo vá a Karlovy Vary, cidade famosa por suas termas (140 km de Praga); Kutná Hora onde fica a sinistra Capela de Todos os Santos decorada com 60 mil ossos humanos (66 Km de Praga); Cesky Krumlov uma cidade medieval considerada uma das mais bonitas do mundo (175 Km de Praga).